Nos últimos dez anos, Lia Paris encabeçou uma série de projetos que lhe proporcionaram grande maturidade musical. A paulistana, que iniciou sua carreira artística como trapezista, sempre gostou do inovador, a exemplo de sua formação, moda, e das bandas de samba tradicional, jazz e punk rock que liderou. Após uma temporada na Europa, onde se apresentou sozinha, a cantora volta ao Brasil para lançar o seu primeiro álbum solo, homônimo, que vejam só, possui raízes fincadas no pop.

Exatamente por já ter passado por diversos ritmos, Lia Paris confessa que, finalmente, encontrou o seu caminho. Apesar do start da carreira solo ter acontecido lá em 2014, quando a cantora lançou o seu primeiro EP, a concretização do projeto só aconteceu no início de maio. “Foi algo natural, não era planejado. A verdade é que todos esses trabalhos paralelos serviram como uma escola para mim, me ajudando a construir o meu estilo, o que sou hoje. Foi assim que percebi que poderia cantar sozinha”, explica a intérprete em entrevista. 

Autobiográficas, as faixas do disco expressam em música o período de um ano e meio em que Lia Paris estava se descobrindo como artista solo. Ao todo, são treze canções autorais, três delas parcerias – “Foguete”, escrita com Samuel Rosa (vocalista do Skank), “Sua Constelação”, com Edgard Scandurra e Fredo Ortiz (Beastie Boys) e “A Estrada”, “Wild Boy” e “Subentendido”, compostas com o amigo de longa data da cantora, Marcelo Jeneci. “Trabalhar com o Samuel foi a realização de um sonho. Eu escutava Skank quando era criança! Foi um encontro de almas artístico, assim como na minha amizade com o Marcelo. Parece que estamos prontos para escrever a qualquer momento, e o mais bacana é que temos uma compreensão muito grande da música um do outro”, conta. A produção do álbum é assinada por Carlos Eduardo, o Miranda. “Ele me acompanha desde os 13 anos de idade. Sabe de onde vim e onde quero chegar”. 

O carro-chefe do álbum, a canção ”Três Vulcões”, ganhou videoclipe no início de abril. Nas imagens, Lia Paris aparece em pontos turísticos da cidade de Siem Reap, em Camboja (Ásia). “Lancei essa música na Tailândia recentemente. A recepção foi incrível! Fiquei surpresa, porque a cultura deles é totalmente diferente da nossa. Mesmo assim, eles conseguiram entender o que quis passar sonoramente, mesmo sem entender a letra”, explica a cantora. A música, com arranjos épicos e tocantes, já toca nas rádios do Brasil. Sobre o próximo single, a artista prefere manter mistério. “Há ‘Wild Boy’, uma das mais tocadas em São Paulo. Mas estou deixando acontecer. Por enquanto, vou deixar um pouco a moda de lado, me focar na música e deixar que meus fãs escolham a sua preferida”, diz.