Thalles Roberto nunca se considerou um cantor gospel. Em outubro de 2014, inclusive, chegou a afirmar que sua música não ficava restrita ao publico religioso – afinal, seu objetivo sempre foi levar sua mensagem para o maior número possível de pessoas. Este pensamento, aparentemente polêmico na cena gospel, começou a tomar forma em “Ide” (2014). Neste ano, ele foi reforçado com o lançamento do primeiro álbum secular de sua carreira – ”As Canções Que Eu Canto Pra Ela”, que traz 14 faixas românticas escritas por Thalles e dedicadas à sua mulher, Daniela Campos, com tem três filhos.

O que pode ter sido considerado por muitos uma jogada arriscada, para Thalles Roberto foi uma “novidade já esperada”. Afinal, antes de ser destaque no cenário gospel, o mineiro de 37 anos havia trabalhado com Jota Quest e Jamil e Uma Noites. E em seus trabalhos anteriores, trouxe canções que remetiam à religião, mas que conseguiram perambular pelas rádios não religiosas. “Nunca quis fazer parte dessa divisão entre ‘secular e gospel’, nunca quis ser classificado apenas como cantor evangélico. Quando estou em casa, gosto de ouvir Diana Ross, Aretha Franklin, Gilberto Gil, Djavan. Não ligo para o gênero – afinal música é música. O importante é ter conteúdo, ter uma boa mensagem”, explica o cantor, que comemora o fato de finalmente seu novo trabalho ter quebrado o paradigma que o acompanha desde o início da carreira. “É uma realização muito grande poder falar para todos, independente de religião. Sempre registrei minhas vivências nas canções. Desta vez estou falando de amor, da minha paixão pela minha esposa”, completa.

Mesmo entrando para o universo secular, o cantor continua sendo um dos artistas mais famosos do gospel nacional. E se você achou que os mais de sete milhões de seguidores que o acompanham no Facebook iriam “entrar em curto circuito” ao ouvir Thalles Roberto cantando letras românticas, se enganou. “A receptividade dos fãs ao disco ‘Ide’, que flertou bastante com o secular – teve entre os convidados o cantor Naldo – já tinha sido muito positiva. E o mesmo ocorre agora. Não ouvi nenhuma crítica negativa ou pejorativa. Ou seja, este disco também está conseguindo ser um sucesso junto aos dois públicos”, avalia. 

›  Casamento e música 

Ao descrever o projeto como “um álbum que reúne mensagens de amor para casais apaixonados”, Thalles Roberto deixa claro que não pretende fazer dele um tributo a Daniela Campos. Segundo o artista, as canções com toda certeza podem servir como plano de fundo para outras pessoas. “Eu tinha todas essas letras guardadas, fui compondo durante anos, desde que conheci minha esposa. Na verdade sempre fazemos coisas especiais um para o outro, então um belo dia a Daniela me olhou e disse: ‘se quiser, se achar bacana, pode incluí-las num disco’. No começo fiquei receoso, mas quando as gravações começaram, sabia que estava no caminho certo. Defino o resultado final como um tributo ao amor, em sua forma mais pura”, explica. Das 14 canções, apenas duas são assinadas com outros artistas – “Vento Velas” foi feita em parceria com Marfiza de França e “Lindos Olhos” com Gabriel Asap.

Matéria publicada na edição n° 164 da Revista Sucesso! (julho/agosto) e no site Portal Sucesso!.