Foto: Thiago Vianna
MATÉRIA: 15 de abril de 2019

No último fim de semana, aconteceu em São Paulo o Lollapalooza Brasil 2019 que, dentre outras atrações, trouxe no domingo (07) a banda inglesa THE STRUTS. Formado por Luke Spiller (vocalista), Adam Slack (guitarrista), Jed Elliott (baixista) e Gethin Davies (baterista), o quarteto deu um show de energia, carisma e muita música boa no palco Budweiser (o principal do festival). Com certeza, foi um daqueles shows que levantaram o astral de qualquer pessoa, seja ela fã ou não.

A primeira vez da banda no Brasil foi especial: apesar de não serem muito conhecidos no país, o que não faltaram foram vozes para entoar as músicas dos álbuns Everybody Wants (2014) e Young & Dangerous (2018). E, além do show no Lollapalooza, o quarteto participou de uma série de eventos que incluiu aparições em rádio, TV e uma bateria de entrevistas que contou com a participação do DAMMIT.

Desde que se formou, em 2012, a banda vem crescendo pouco a pouco no cenário do rock, chegando a abrir shows de Guns N Roses, Rolling Stones, Foo Fighters e The Who. Mas, foi nos últimos meses que ela viu sua música sair das rádios britânicas para invadir os Estados Unidos de uma maneira estrondosa. Esse crescimento é visível tanto nos números altíssimos no YouTube, até por conta das aparições que o grupo fez em grandes programas de TV como The Tonight Show Starring Jimmy Fallon, America’s Got Talent e The Victoria’s Secret Fashion Show 2018.

Eu acho que você pode dar tudo de si em cada lugar que você vá, em cada show que toca. Realmente trabalhar duro, sabe? Mas você só irá mais longe se tiver o apoio da imprensa, TV, revistas, rádios… nós não conseguimos dizer como ou porque fomos tão longe, mas o que podemos dizer é que estamos tocando em grandes festivais e tivemos uma tour realmente maravilhosa em UK. Tudo isso sem o apoio da imprensa. Então, uma das nossas músicas, Could Have Been Me, começou a ser tocada nas rádios e na TV. E o que aconteceu depois… foi surreal. Foi intenso descobrir o poder da rádio, porque começaram a tocar não só Could Have Been Me, mas outras faixas também.
O segredo desse sucesso todo? Definitivamente, a maneira excêntrica com que a banda se veste, canta e se apresenta. Luke Spiller, que frequentemente é comparado com Freddie Mercury, tenta explicar. “Eu diria… bom, nos perguntam isso bastante, seja uma pessoa aleatória no Pub, um motorista do Uber ou um segurança da imigração se perguntando ‘que tipo de banda é essa?’. Mas, diria que temos um pouco da sofisticação do Queen, com a arrogância dos Rolling Stones. Acho que é isso”. Adam completa: “Mais barulhentos que o Slade, com certeza”, brinca.

Como tem sido a experiência de vocês aqui no Brasil (Lollapalooza, fãs, etc.)?  Vocês acham que a música de vocês mudou com o tempo? 
LUKE: Sim! A música é progressista, nós tivemos muitas experiências na estrada que trouxemos para o nosso álbum mais recente [Young & Dangerous (2018)]. E o grupo também mudou, você consegue ouvir isso. Acredito que progredimos bastante.

Qual foi a coisa mais especial do feat. da banda com a Kesha, em “Body Talks”? 
LUKE: Acho que o videoclipe foi uma das coisas mais legais disso tudo.

ADAM: Foi muito divertido filmar, passamos um bom momento juntos!


LUKE: Normalmente, você acorda 5AM para finalizar às 5AM do dia seguinte… foi assim com Primadonna Like Me, por exemplo. E ficou bom, não ficou? Foi um dos dias mais desafiadores pra gente. Mas Body Talks nós começamos às 10AM, nos vestimos, tiramos fotos individuais… isso durou umas três ou quatro horas… e aí tivemos uma pausa para o lanche, enquanto assistíamos televisão [risos]. Lá pelas 4PM/5PM a Kesha apareceu e em duas horas nós tínhamos gravado o clipe. Nós perguntamos ‘É isso? Nós terminamos?’ e o irmão da Kesha, que dirigiu o clipe, disse ‘sim! Vocês já podem ir pra casa’ [risos].


E como vocês conheceram a Kesha? 
LUKE: Acho que o Jed pode falar melhor disso [risos].

JED: Nós tocamos juntos em uma festa de faculdade há alguns anos. Particularmente sou muito fã do trabalho dela, e ela do nosso. E isso é surreal, porque quando eu tinha dezoito anos, bati o meu carro enquanto escutava ‘Tik Tok’ [risos]. Quando tivemos a ideia de fazermos um feat., ‘Body Talks’ apareceu e achamos que era o som perfeito para ela.

Vocês contaram essa história para ela? 
 LUKE: Sim! Foi uma das primeiras coisas que eu disse para ela [risos]. Ela é realmente brilhante.

Os fãs da banda terão alguma novidade em breve? Uma nova música, talvez… 
ADAM: Recentemente nós fomos para Los Angeles, para trabalhar em algumas músicas novas. Quando vamos lançar? Nós não sabemos, mas arrisco a dizer que foi uma das coisas mais criativas que nós fizemos.

 LUKE: Nós temos intensão de lançar um EP ainda este ano.

ADAM: Esse ano?!

LUKE: Esse ano, posso confirmar! [risos]

JED: Isso é exclusivo! [risos]

ADAM: Mas faz sentido, nós queremos lançar nosso terceiro álbum em algum momento de 2020. Então seria interessante lançarmos umas quatro ou cinco músicas em 2019. Nós não sabemos quando, mas vamos fazer isso.

Se pudessem escolher um artista do lineup do Lolla para fazer um feat., qual seria? 
LUKE: Nós estivemos no mesmo backstage que o Lenny Kravitz uma vez, e foi incrível. Particularmente sou um grande fã dele, então eu adoraria que fizéssemos uma música juntos. Não sei… talvez com o Post Malone também.  

Qual é a música favorita de vocês pra tocar ao vivo? 
GETHIN: Eu amo Primadonna Like Me, é a abertura do show. Coloca todo mundo na vibe!

ADAM: Eu acho que gosto muito de ‘Fire’, a vibe é boa, o solo também. E o Luke toca piano nela. 

LUKE: É! A primeira vez que toquei piano num festival foi no Lolla Brasil. Quando pensei em fazer isso, sabia que seria algo difícil, porque não temos soundcheck, e eu nunca tinha tocado aquele piano em específico. Todos esses pequenos detalhes podiam fazer com que algo saísse errado, sabe? Então, é por isso que adorei tocar ‘Only Night Only’. Eu pude sentar e ter um gostinho do que é estar mais atrás tocando com a banda. 

JED: Eu também gostei muito de Primadonna Like Me, as partes do baixo… é algo muito bom, na verdade, porque é a primeira música, a primeira vez que você olha a platéia. Eu lembro de ter pensado ‘é, isso vai ser incrível’, e foi.