sete dias sem fim
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Judd Foxman é um homem que tinha tudo o que sempre sonhou: uma mulher linda, um emprego dos sonhos e dinheiro de sobra. Mas, como nada é tão simples assim, sua vida de repente vira de cabeça para baixo. Após flagrar a esposa com o  seu chefe Wade Boulanger na cama, Judd ainda precisa encarar a morte do pai sozinho, e reencontrar sua complicada família no Shivá, período judeu de sete dias de luto contados a partir do dia do enterro para os parentes de primeiro grau. Esta é a premissa de Sete Dias Sem Fim, de Jonathan Tropper. Agora, o protagonista precisa encontrar forças e motivos para seguir em frente.

A narração do livro, que já foi adaptado para o cinema, acontece de uma maneira bem interessante. Apesar de ser escrito em primeira pessoa, o autor mescla momentos da atualidade com histórias do passado. Por isso, as 290 páginas que se dividem em sete dias não mostram somente o presente de seus personagens. Para completar, a construção dos integrantes da família Foxman deixa tudo ainda mais interessante, uma vez que, mesmo com tanta desgraça, ainda é possível rir com as bobagens ditas por Judd.
Então me peguei pensando no pau de Wade Boulanger. Para ser mais específico, me perguntei: será que é maior que o meu? Mais grosso? Mais duro? Será que Wade era mais habilidoso na cama? Teria estudado técnica tântrica? Sem dúvida já dormira com prostitutas e atrizes pornô suficientes para adquirir orientação prática. De onde eu estava, Wade definitivamente parecia saber o que fazia, mas, para ser justo, eu nunca me vira trepando - Judd Foxman.
Já na casa dos Foxman, somos apresentados aos irmãos de Judd. Paul, o irmão mais velho e amargo e sua esposa, Alice, uma mulher frustada por não conseguir engravidar; Wendy, sua irmã irritante e protetora e o marido dela, Barry, um milionário que não sai do celular, e, por fim, o caçula Phillip, um galinha assumido que agora está noivo de uma quarentona chamada Tracy. Por último, a mãe, uma psicóloga renomada e muito divertida, que protagoniza momentos bem hilários. Com pessoas tão diferentes e complicadas vivendo sobre um mesmo teto, fica claro que o livro trará muitas confusões e até momentos cômicos. O segredo de tudo, porém, está na maneira como o protagonista enxerga as coisas - sempre há alguma ironia nas piores tragédias.

Contudo, não espere por um final clichê e feliz. Nada de romance e casais felizes. É importante lembrar que, apesar de divertido, o livro é trágico e expõe as dificuldades de uma vida adulta. Felizmente, o leitor irá se surpreender com o rumo tomado por Judd, e como suas escolhas irão acarretar consequências frustantes e permanentes na vida de sua família. Depois de tantos dramas, é chegada a hora de recomeçar.