Cinco anos se passaram desde que Reinaldo Kherlakian
decidiu largar o mundo dos negócios para se dedicar à
música. Nesse meio tempo, o artista recebeu aulas de canto,
investiu pesado em equipamentos de som, contratou sua própria
orquestra, fez shows por toda São Paulo e conquistou um
público fiel. Agora, aos 61 anos, ele promove seu primeiro álbum
de estúdio, Para ouvir com o coração. O trabalho, definido pelo
cantor como “romântico e sentimental”, conta com sete faixas
inéditas que misturam jazz, bolero, tango e baladas românticas. A
produção é de Luiz Carlos Maluly, figura importantíssima nesse
début. Foi ele quem, com sabedoria, ajudou Kherlakian a sentir-
-se confortável no estúdio.
“Cante como se estivesse no palco”. Esse foi o primeiro conselho
de Maluly na hora da gravação do disco. O segundo foi mais
um pedido. “Não leve nenhum técnico”. E, embora não goste de se ouvir cantar, Kherlakian conta que atendeu todas as sugestões
do produtor. “O Maluly queria captar aquela emoção que eu tenho
quando estou palco. Isso foi muito inteligente, porque assim
pude deixar o meu talento transparecer naturalmente. Foi uma
experiência única e incrível”, relembra. O resultado desse processo
são canções que conseguem expor toda espontaneidade e carisma
do cantor. “No estúdio, fiquei isolado de todos e simplesmente
soltei a voz. Por isso o nome do álbum, 'Para Ouvir Com o
Coração'. Além de ser um trabalho muito romântico, é algo que
trará bons sentimentos para a alma do ouvinte”, explica.
Terminado o trabalho no estúdio, o artista experimentou uma
mudança em sua rotina pessoal e profissional. Agora, com um
repertório redondinho, ele descobriu que não havia mais necessidade
de ensaiar com sua banda todos os dias. “Antes, meu repertório
contava com mais de cem canções. Ensaiava todas elas,
porque gostava de ter um setlist diferenciado para cada show. Mas
com o lançamento do disco, passei a ter uma base fixa de músicas,
que só mudará quando eu quiser atender algum pedido especial.
Por isso, agora só ensaio duas vezes por semana”, revela. Nessa
nova fase, surge mais um nome importante. Trata-se do diretor
Jorge Takla, que já assinou espetáculos como "My Fair Lady", "Evita" e "Jesus Cristo Superstar". Ao lado de Reinaldo, Takla criou um espetáculo
que coloca em evidência as principais qualidades do
cantor. “Ele foi me ver cantar em duas ocasiões. Depois, fez contato
comigo, dizendo que nunca tinha visto tanta personalidade
em cima do palco. Fiquei feliz, claro, porque ele teve essa impressão
apesar das roupas estilosas que eu uso”, brinca.
Brincadeiras à parte, a verdade é que essa parceria entre os dois
vem dando certo. A nova turnê do artista, "Melhor Assim" – título
do primeiro single do disco –, estreou no final de agosto. Com
shows marcados até dezembro, ele prevê um amadurecimento
ainda maior em sua carreira e revela que sua prioridade ainda é o
público corporativo – embora tenha apresentações agendadas
para casas de shows convencionais de São Paulo.
› Mudanças de hábito
Acostumado com apresentações intimistas, Reinaldo é conhecido
principalmente por sua sensibilidade em cima do palco. Seu
público, segundo a afirma, é eclético. “Nos últimos tempos eu tenho
encontrado até famílias nos meus shows. E, por ter um clima
romântico, vejo muitos casais novos se beijando, curtindo o momento”,
conta. Fora dos palcos, ele também soma muitos admiradores.
“Recebo e-mails de pessoas com mais de 60 anos que
passaram a buscar seus sonhos inspirados na minha história. É
por isso que eu sempre digo: existe vida depois dos 50”. E como
sua rotina passou a ser mais enxuta, os seus focos agora são outros.
“Na vida pessoal, estou pilotando mais (seu helicóptero) e cuidando
mais da minha casa e do meu mini-zoo. Além disso, voltei
a flertar com o mundo dos negócios", finaliza.
Matéria publicada na edição 165 da Revista Sucesso!.
Marcadores: Entrevistas, Música
Postar um comentário
Deixe um comentário: